quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MATÉRIA: FIDELIDADE DOUTRINÁRIA


“Todo aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens,eu o reconhecerei e confessarei também, eu mesmo, diante do meu Pai que está nos Céus; e todo aquele que me renegar diante dos homens, eu o renegarei também,eu mesmo, diante do meu Pai que está nos Céus”. (Mateus 10: 32 e 33)

Nesta passagem do Novo Testamento, onde o Evangelista Mateus narra a assertiva de Jesus sobre a coragem da fé, observamos que o Mestre dá ênfase a postura Cristã, sem vacilações quanto a necessidade do crente se dizer cristão e buscar vivenciar sua Doutrina.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XXIV, com o título de “Coragem da Fé”, Allan Kardec discorre sobre esta assertiva de Jesus, que igualmente se estende ao espírita, por ser este igualmente cristão.
No item 16 – da referida lição – lemos:
“Assim o será com os adeptos do Espiritismo, uma vez que a sua Doutrina, não sendo outra senão o desenvolvimento e a aplicação da do Evangelho, é a eles também que se dirigem as palavras do Cristo. Semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual; lá, colherão os frutos de sua coragem ou de sua fraqueza”. (grifos nossos)

Sem contradita, podemos afirmar que a Doutrina Espírita é o Consolador Prometido por Jesus e relatado no Novo Testamento pelo discípulo João (chamado de “Discípulo Amado”,por Jesus) no capítulo XIV, versículos 15,16,17 e 26.
Portanto a Doutrina dos Espíritos Superiores chega à humanidade para relembrar os ensinos de Jesus, desenvolvendo-os à luz do raciocínio e da lógica.
Sendo assim, a clareza, a razão,o raciocínio, a lógica, são e devem ser sempre presentes nos ensinos, para que todos aqueles que busquem a Doutrina consoladora, neófitos (novos), ou não, entendam “em Espírito e Verdade”, os conceitos cristãos.
Sem sombra de dúvida então ao divulgarmos os ensinos, estes não podem sofrer com colocações de “acessórios”, “adornos”, “fantasias”, “ideias supersticiosas”, e tantas querelas do mundo, que desfiguram estes mesmos ensinos, mesmo porque a Doutrina Espírita não os comporta.
O que nos chama a atenção no entanto ao assistirmos, lermos, ouvirmos, etc., no meio espírita certas afirmações, colocações, vemos o quanto são disseminadas ideias esdrúxulas (extraordinária) , vindas muitas vezes do plano espiritual.
E estas ideias ou supostos ensinos, são aceitos muitas vezes até por irmãos que supostamente dizem conhecer a Codificação.
E a título de “não ferir” opiniões outras, princípios, ideias, costumes, etc., são introduzidos no meio espírita, e assistimos perplexos, colocações esdrúxulas quanto ao mundo espiritual, “aberrações” doutrinárias,levando as pessoas a posturas falseadas, levando por exemplo a ideias de um mundo espiritual de fantasias, que mais se assemelha aos filmes de “Steven Spilberg” ou de “George Lucas”, famosos cineastas de Hollywood, por criarem efeitos especiais em seus filmes.
Diríamos talvez, que os relatos destes livros ultrapassam a imaginação dos cineastas.
E por que de tudo isto?
Pela falta de estudos sérios, da análise racional, muito principalmente da Codificação de Allan Kardec, e trabalho dos Espíritos Superiores (Pentateuco, Revista Espírita, etc), que são aliás pouco divulgados nos meios espíritas.
As consequências desta falta de estudos sérios, levam as pessoas a criarem para si uma maneira, muitas vezes, particular de encararem a vida presente; mudando pouco ou nada a sua maneira de agir no dia a dia, pois nos parecem que acreditam (quando acreditam), em uma panacéia (remédio pretensamente eficaz para todos os males, físicos e morais) espiritual, ou seja. Que tudo se revolve ou se resolverá a partir de posturas exteriores, ou após o desencarne em uma dada “colônia espiritual” (?!), que aliás conforme a psicografia divulgada, tem muitos elementos da vida material (?!), e ali, continuar sua “vidinha”, muitas vezes com as mesmas atitudes do mundo físico, e pasmem!, tendo necessidades de se alimentar, dormir, necessidades sexuais, reprodutivas (?!) resultado de namoros, etc.
Lemos há pouco em um jornal do meio espírita, que estavam construindo “rodovias no plano espiritual”, com diversos “operários” trabalhando nesta.
Perguntaríamos então, se há por lá também montadoras de veículos e concessionárias para vendê-los ou quem sabe doá-los (?), pois afinal se está no plano espiritual!
Perguntaríamos ainda, se hão há pedágios nestas estradas, pois isto é bastante comum por aqui.
Aos irmãos leitores, podemos parecer um tanto quanto debochados quanto ao assunto, mas este para nós não merece condescendência, pela absurdidade.
Como podem ver os leitores, estas absurdidades são divulgadas no meio espírita como verdades, por irmãos conhecidos, sem a mínima cerimônia e ainda aceitas por tantos outros irmãos.
Todas estas colocações vão contra os “ensinamentos dos Espíritos Superiores”, contidos a partir de “O Livro dos Espíritos”, seguindo pelas obras da codificação.
Mas, voltando ao título de nossa matéria, sobre a questão da “Coragem da Fé”, podemos dizer que muito embora não temos a pretensão de ter ou saber toda a verdade, temos por outro lado conosco o embasamento da codificação, verdade revelada pelos Espíritos Superiores, sob a anuência do “Espírito de Verdade”, o preposto de Jesus para trazer à humanidade as letras luminíferas do Consolador Prometido pelo Mestre Galileu.
E neste contexto, temos conosco que todo aquele que é esclarecido por esta verdade, passa a carregar em si as responsabilidades e a observação de combater o erro em si, e na opinião de outros, quando estes são antagonistas aos ensinos da Doutrina, para que não se instale no meio espírita, ou ao menos na intimidade de nossas casas espíritas, onde deve existir o esforço reiterado do esclarecimento a todos.
Esta postura leva o nome de “FIDELIDADE DOUTRINÁRIA” que para muitos é desconhecida.
Respeitamos todas as ideias ou opiniões, crenças doutrinárias, mas que tem o seu devido “território”, mas por outro lado a Doutrina Espírita tem bem demarcado seu “território” doutrinário, não cabendo “invasões” de ideias estranhas, muito principalmente quanto estas não trazem a chancela do “Controle Universal”, preconizado por Allan Kardec (introdução “O Evangelho Segundo o Espiritismo”).
Talvez os nossos comentários desagradarão a alguns irmãos, o que antecipadamente lamentamos, mas não podemos deixar de observar e relatar as discrepâncias doutrinárias, que assolam o movimento espírita já a algum tempo, e que disseminam a confusão, crescendo como “ervas daninhas” no meio do “Jardim de Flores”, que é obra do “jardineiro” Galileu para a humanidade; que vive na “aridez” das ideias materialistas.
Lembremo-nos que o Cristianismo primitivo sofreu modificações, “enxertos” doutrinários, dogmas, etc., que o descaracterizaram-no, e o nosso cuidado deve ser aquele de não deixarmos a Doutrina Espírita sofrer as mesmas influências perniciosas, que podem atrasar a evolução moral da humanidade.
E concluímos a nossa matéria com a advertência de Jesus:
“Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e que o lançassem no fundo do mar”. (Mateus 18:06).


J. Adolfo
São José do Rio Preto